personagens de animadores brasileiros

domingo, 21 de agosto de 2011

Chico Liberato

   Francisco Liberato de Mattos, conhecido como Chico Liberato nasceu em Salvador, em 1936 e é artista plástico e cineasta brasileiro.
   Expôs pela primeira vez em 1963, na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro. Teve destacada participação no movimento cultural que envolveu vários artistas na década de 1960 em Salvador. 
   Participou de diversas exposições coletivas, como a I Bienal de Artes Plásticas da Bahia em 1966, e Bahia Década 70 – no Instituto Goethe. Realizou também diversas mostras individuais, no Brasil e no exterior.

   Pioneiro do cinema de animação na Bahia, em 1970 Chico Liberato abre suas experiências plásticas para a animação a partir de roteiros de Alba Liberato abordando temas da cultura popular brasileira formada pelas matrizes indígena, africana e ibérica, em nove curta metragens de desenho animado. 
   Entre os temas principais dos trabalhos de Chico Liberato estão o sertão e o sertanejo, a arte popular e as figuras místicas presentes no candomblé. 
   Chico fez uma produção praticamente isolada, com filmes como o Caipora (1974), Eram-se opostos (1977), e Carnaval (1986), baseados numa estética próxima da xilogravura dos folhetins de cordel. 


   Chico, produziu o terceiro filme de animação de longa metragem feito no Brasil, o "Boi Aruá"  de 1983, que documenta o cotidiano do Nordeste do Brasil, mais especificamente do sertão caatingueiro, através do mito do Boi Aruá.  
   O longa- metragem. feito entre 1981-1985, conquistou Menção Honrosa no Fest Rio daquele ano e prêmios no Festival da Juventude em Moscou e da Unesco (por estimular a juventude para a cultura sertaneja).    
    "Boi Aruá" amadurece a linguagem desenvolvida pela dupla de artistas, que reúne na década de 1980 uma pequena equipe de pessoas interessadas em aprender animação e com ela cria o filme que se tornou uma referência na animação brasileira devido à força e pioneirismo no audiovisual como representante do imaginário sertanejo.


  Como documento do cotidiano no Nordeste do Brasil, mais especificamente o sertão catingueiro, o mito do "Boi Aruá" é fiel à gente que ainda hoje coloca na solidariedade seu mais forte recurso para enfrentar a dureza de uma região pobre sujeita a secas periódicas, quando o único jeito se torna migrar para os grandes centros urbanos, abdicando de sua imensa riqueza cultural. 


   
   Realizado na técnica manual na década de 1980 é um longa metragem que coloca em 7 desafios o confronto do fazendeiro Tiburcio, homem orgulhoso e cruel, diante do boi encantado que representa seu ego inflado, história que circula nas feiras populares em livrinhos que expressam simbologia de intensa poesia, a chamada literatura de cordel. Tem nos vaqueiros de Monte Santo, Bahia, as vozes dos personagens e como trilha sonora a sinfonia "Sertania" executada pela Orquestra Sinfônica da Bahia, criada para o filme pelo compositor Ernst Widmer incluindo a "Canção do Boi Encantado" de Elomar Figueira de Mello. 
    "Boi Aruá" tem 60 minutos de duração, compõe o transcurso de um homem que abdica do orgulho pelas respostas que a vida lhe traz, compartilhando finalmente os bens que farão dele próprio e de seus contemporâneos, pessoas mais amorosas e fraternas. "Eu por primeiro, meus amigos por derradeiro" se transforma no lema "Meus amigos por primeiro, eu por derradeiro" significado maior de uma vida que cumpriu seu processo de individuação, tornando o indivíduo senhor de si mesmo.







    Chico, contou a estória de dois irmãos diferentes, em seu filme curta: Um Outro.




   Seu novo projeto é mais um filme de animação, Ritos de Passagem. A história é baseada em dois personagens que habitam o imaginário do sertão nordestino: o Santo e o Guerreiro. Após a morte, Alexandrino e o Santo (protagonistas do filme) embarcam na barca de Caronte, o barqueiro do Rio da Morte, o que provoca nos personagens reflexões sobre os atos e escolhas de cada um. 




   Ritos de Passagem prevê a contratação direta de 98 profissionais, entre técnicos, artistas e equipe de apoio, além de representar uma rara oportunidade para jovens profissionais. O projeto ainda conta com artistas importantes como XangaiJackson CostaMargareth Menezes, Ingra Liberato e o autor da música tema, Elomar Figueira Mello, que já havia trabalhado com Liberato em Boi Aruá.




                          

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